quinta-feira, 10 de março de 2011

Arte!


"deus dá o frio conforme o cobertor"
Os deuses dão a arte conforme o espirito!!! Ha tempos venho reparando em pessoas ao meu redor... Algumas artistas outras não...
Os artistas sentem uma angústia característica que não se encontra em pessoas 'não artistas'... Não consigo compreender como que é escutar uma música e não senti-la.
Não se arrepiar a perceber que a letra da musica traduz o que você esta sentindo, não sentir o nó na gargando ao escutar um crescendo de uma música classica, não querer pular, rir, correr no momento que começa a introdução DAQUELA música....
Falo de música pois é o mais palpavel.... posso dizer tambem da dança, pessoas que dizem que não gostam de dançar.... acredito que essa pessoa nunca sentiu a leveza de um leque do bolero, a sensação de se jogar no chão num rolamento do contemporâneo, a euforia de combinar uma explosão da música com uma pose de salsa....
Em diversos momentos da minha vida tentei me afastar da arte, por um certo tempo tudo bem... não sinto difrença... como se a arte fosse só mais uma distração... mas depois de um certo tempo longe começo a sentir como se fosse um imã, uma força que me atrai e diversas oportunidades aparecem que não me deixam fugir... A arte escolhe as pessoas pelas quais ela vai se expressar... e quando você é escolhido não tem escapatoria... Você é da arte e a arte é sua... não vai ter nada que faça isso sumir....
Com isso chego a pensar que para ser um artista você precisa de um nível de sensibilidade fora do normal... você precisa conseguir comer, respirar e enxergar arte em cada esquina por onde passa...
Eu amo a beleza, a simplicidade e a peculiaridade com que a arte se faz.... Como se fosse um brilho intenso dentro de você que pode ser ofuscado, mas nunca apagado.

terça-feira, 1 de março de 2011

Já adorava essa música do post anterior, então fui ler o conto do Guimarães no qual ela foi inspirada... Agora eu gosto mais ainda...

-*-*-

Ontem, voltando pra casa, depois de 40 minutos tentando passar um quarteirão resolvi estacionar o carro e voltar andando até a minha casa...

Foi ótimo, me diverti... Parecia que eu estava alheia ao mundo... Via as pessoas, cada uma fechada no universo de seus carros... Algumas entediadas, outras bravas, tranqüilas, alegres...

Do momento que eu deixei meu carro, até chegar em casa nenhum carro se mexeu na rua... Parecia que o mundo havia congelado e eu estava passeando por ele...  FANTASTICO!

Então comecei a entrar numa brisa que nunca mais o transito iria andar... Que havia chegado um nível em que cada avenida e rua parada trancariam outras e nenhum carro conseguiria sair do lugar mais... Então comecei a imaginar como seria a vida dali pra frente... Todos andando a pé, mais interações, menos barulho, menos poluição.... Acredito até em menos estresses... (pelo menos eu seria bem menos estressada sem pegar trânsitos ou transportes públicos lotados)

Quando cheguei em casa queria contar pra todo mundo como era andar pelo mundo congelado... mas ninguém entendeu....

Enfim, quando este dia chegar será um 'belo e estranho dia pra se ter alegria'.

Início

Vou começar com a música que deu origem ao título...

A Terceira Margem do Rio
Caetano Veloso & Milton Nascimento

Oco de pau que diz:
Eu sou madeira, beira
Boa, dá vau, triztriz
Risca certeira

Meio a meio o rio ri
Silencioso, sério
Nosso pai não diz, diz:
Risca terceira

Água da palavra
Água calada, pura
Água da palavra
Água de rosa dura
Proa da palavra
Duro silêncio, nosso pai

Margem da palavra
Entre as escuras duas
Margens da palavra
Clareira, luz madura
Rosa da palavra
Puro silêncio, nosso pai

Meio a meio o rio ri
Por entre as árvores da vida
O rio riu, ri
Por sob a risca da canoa
O rio riu, ri
O que ninguém jamais olvida
Ouvi, ouvi, ouvi
A voz das águas

Asa da palavra
Asa parada agora
Casa da palavra
Onde o silêncio mora
Brasa da palavra
A hora clara, nosso pai


Hora da palavra
Quando não se diz nada
Fora da palavra
Quando mais dentro aflora
Tora da palavra
Rio, pau enorme, nosso pai